O tratamento cirúrgico continua sendo o pilar principal no tratamento do câncer; portanto a qualidade técnica e o rigor aos preceitos oncológicos são fundamentais quando se realiza operações para o tratamento desta doença.
O tipo de tumor, a situação de disseminação ou não (tumor localizado ou metastático, por exemplo), a possível resposta a outros tratamentos, como quimioterapia ou radioterapia, o quadro clínico geral do paciente, são variáveis que sempre devem ser analisadas e individualizadas, caso a caso, para determinar qual a melhor forma de tratamento, se uma cirurgia será necessária, e em caso afirmativo, em que momento e extensão, dentro de um tratamento multimodal ela será realizada.
Nos dias atuais, cerca de 90% dos pacientes com câncer requerem cirurgia em algum ponto da evolução da doença. Nesse sentido, o cirurgião oncologista pode participar do manejo do doente com câncer em diferentes momentos, todos eles de grande importância para a aquisição do sucesso esperado de cura com qualidade de vida. Dentre essas etapas, podemos citar as fases de diagnóstico, estadiamento (determinação da extensão de doença), tratamento, resolução de intercorrências decorrentes da progressão da doença ou de seqüelas do tratamento, alívio da dor, aquisição de acessos vasculares e suporte psicológico. A cirurgia é o tratamento de escolha para 90 - 95% dos casos de câncer localizado, mas também pode ter impacto no aumento de sobrevida em situações de doença avançada.
Por estes motivos que se recomenda que o tratamento cirúrgico do câncer seja feito por alguém que além de executar tecnicamente cirurgias meticulosas e radicais, conheça o comportamento da doença como um todo, suas variávies, as chances de sobrevida, a resposta a outros tratamentos e que seja capaz de fazer um acompanhamento pós operatório adequado, permitindo o diagnóstico de possíveis recorrências, sem no entanto expor o paciente a exames desnecessários.